domingo, 9 de março de 2014

Educação Escolar de Pessoas com Surdez


Atendimento Educacional Especializado em Construção



Aproximadamente há dois séculos, existe um embate político e epistemológico entre os gestualistas e os oralistas, que tem ocupado lugar de destaque nas discussões e ações desenvolvidas em prol da educação das pessoas com surdez .
Rompemos com o embate entre gestualistas e oralistas;

O problema e o fracasso na educação das pessoas com surdez não pode continuar centrado nessa ou naquela língua;
Negar às pessoas com surdez a possibilidade de estudar em uma escola comum é um grande equivoco teórico educacional.
No Brasil, uma nova política de Educação Especial na perspectiva inclusiva, principalmente para pessoas com surdez, tem se tornado promissora no ambiente escolar e nas práticas sociais/ institucionais.

Acreditamos na Nova Política Nacional de Educação Especial, numa perspectiva Inclusiva, e não coadunamos com essas concepções que dicotomizam as pessoas com ou sem deficiência. Não podemos ver a pessoa com surdez como deficiente, pois ela não o é, mas tem perda sensorial auditiva, ou seja, possui surdez, o que a limita biologicamente para essa função perceptiva.

A aplicação da obrigatoriedade dos dispositivos legais do Decreto 5.626 de 5 de dezembro, determina o direito de uma educação que garanta a formação da pessoa com surdez, em que a Língua Brasileira de Sinais e a Língua Portuguesa, preferencialmente na sua modalidade escrita, constituam línguas de instrução, e que o acesso às duas línguas ocorra de forma simultânea no ambiente escolar , colaborando para o desenvolvimento de todo o processo educativo.
Nesse contexto de compreensão é que foi legalizado a construção do Atendimento Educacional Especializado para Pessoas com Surdez (AEE PS) por meio da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva.
O AEE PS adota a abordagem bilíngüe.
“Falar em bilingüismo no campo da educação dos surdos é fazer referência   à algo muito concreto, é algo sem controvérsias à luz dos conhecimentos atuais da lingüística: a existência de duas línguas ao redor dos surdos. Dito de outra forma, o bilingüismo reconhece que o surdo vive numa situação bilíngüe” (Sanchez, 1991).
 Pensar e construir uma prática pedagógica que se volte para o desenvolvimento das potencialidades das pessoas com surdez, na escola, é fazer com que essa instituição esteja imersa nesse emaranhado de redes sociais , culturais e de saberes. .
A inclusão do aluno com surdez em uma escola comum deve contar de forma sistemática com o AEE PS.
O AEE PS aplicará a metodologia vivencial, adotando os princípios básicos para o ato de aprender a aprender. No AEE PS, três momentos didático pedagógicos são organizados para romper com a confusão nas práticas pedagógicas que atuam em prol da educação desses alunos. Segundo Damázio (2005; 69-123), os três momentos didáticos pedagógicos são: AEE em LIBRAS, AEE de LIBRAS e AEE para o Ensino de Língua Portuguesa.
   O AEE de Libras exige uma organização metodológica, didática e especializada. O professor que ministra aulas de Libras deve ser qualificado e preferencialmente com surdez,pois favorece a naturalidade no processo de aquisição da língua. A avaliação é contínua e há elaboração de sinais para os termos técnicos.
No AEE em LIBRAS o perfil do profissional é: capacitação, qualificação, auto-organização, co-responsabilidade. Os materiais e os recursos para esse fim precisam estar presentes e expostos no ambiente da sala. Os conteúdos curriculares em Libras devem ser ministrados antecipadamente ao trabalho da sala de aula comum, garantindo uma melhor associação dos conceitos nas duas línguas.
  O AEE para o Ensino da Língua Portuguesa é desenvolvido por uma professora, preferencialmente, formada em Letras e que conheça os pressupostos lingüísticos e teóricos que norteiam o trabalho do ensino português escrito para pessoa com surdez. Canal de comunicação é a Língua

Portuguesa:leitura,escrita,frases,textos,uso de imagens  e de teatro.

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