Atendimento Educacional Especializado em Construção
Aproximadamente há dois séculos, existe um embate político e epistemológico entre os gestualistas e os oralistas, que tem ocupado
lugar de destaque nas discussões e ações desenvolvidas em prol da educação das
pessoas com surdez .
Rompemos com o embate entre gestualistas e oralistas;
O problema e o fracasso na educação das pessoas com
surdez não pode continuar centrado nessa ou naquela língua;
Negar às pessoas com surdez a possibilidade de estudar em
uma escola comum é um grande equivoco teórico educacional.
No Brasil, uma nova política de Educação Especial na
perspectiva inclusiva, principalmente para pessoas com surdez, tem se tornado
promissora no ambiente escolar e nas práticas sociais/ institucionais.
Acreditamos na Nova Política Nacional de Educação
Especial, numa perspectiva Inclusiva, e não coadunamos com essas concepções que
dicotomizam as pessoas com ou sem deficiência. Não podemos ver a pessoa com
surdez como deficiente, pois ela não o é, mas tem perda sensorial auditiva, ou
seja, possui surdez, o que a limita biologicamente para essa função perceptiva.
A aplicação da obrigatoriedade dos dispositivos legais do
Decreto 5.626 de 5 de dezembro, determina o direito de uma educação que garanta
a formação da pessoa com surdez, em que a Língua Brasileira de Sinais e a
Língua Portuguesa, preferencialmente na sua modalidade escrita, constituam
línguas de instrução, e que o acesso às duas línguas ocorra de forma simultânea
no ambiente escolar , colaborando para o desenvolvimento de todo o processo
educativo.
Nesse contexto de compreensão é que foi legalizado a
construção do Atendimento Educacional Especializado para Pessoas com Surdez
(AEE PS) por meio da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva
Inclusiva.
O AEE PS adota a abordagem bilíngüe.
“Falar em bilingüismo no campo da educação dos surdos é
fazer referência à algo muito concreto, é algo sem
controvérsias à luz dos conhecimentos atuais da lingüística: a existência de
duas línguas ao redor dos surdos. Dito de outra forma, o bilingüismo reconhece
que o surdo vive numa situação bilíngüe” (Sanchez, 1991).
Pensar e construir
uma prática pedagógica que se volte para o desenvolvimento das potencialidades
das pessoas com surdez, na escola, é fazer com que essa instituição esteja
imersa nesse emaranhado de redes sociais , culturais e de saberes. .
A inclusão do aluno com surdez em uma escola comum deve
contar de forma sistemática com o AEE PS.
O AEE PS aplicará a metodologia vivencial, adotando os
princípios básicos para o ato de aprender a aprender. No AEE PS, três momentos
didático pedagógicos são organizados para romper com a confusão nas práticas
pedagógicas que atuam em prol da educação desses alunos. Segundo Damázio (2005;
69-123), os três momentos didáticos pedagógicos são: AEE em LIBRAS, AEE de
LIBRAS e AEE para o Ensino de Língua Portuguesa.
O AEE de Libras
exige uma organização metodológica, didática e especializada. O professor que
ministra aulas de Libras deve ser qualificado e preferencialmente com surdez,pois
favorece a naturalidade no processo de aquisição da língua. A avaliação é
contínua e há elaboração de sinais para os termos técnicos.
No AEE em LIBRAS o perfil do profissional é: capacitação,
qualificação, auto-organização, co-responsabilidade. Os materiais e os recursos
para esse fim precisam estar presentes e expostos no ambiente da sala. Os
conteúdos curriculares em Libras devem ser ministrados antecipadamente ao
trabalho da sala de aula comum, garantindo uma melhor associação dos conceitos
nas duas línguas.
O AEE para o
Ensino da Língua Portuguesa é desenvolvido por uma professora,
preferencialmente, formada em Letras e que conheça os pressupostos lingüísticos
e teóricos que norteiam o trabalho do ensino português escrito para pessoa com
surdez. Canal de comunicação é a Língua
Portuguesa:leitura,escrita,frases,textos,uso de
imagens e de teatro.

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